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Nossa Padroeira

Santa Margarida Maria de Alacoque

MARGARIDA MARIA ALACOQUE, nasceu no dia 22 de Agosto de 1647 na aldeia de Lautecour, em Verosvres, na Borgonha, França. Ainda era pequena quando seus pais perceberam o horror que ela tinha pelo pecado e nas suas
memórias essa Santa afirma que Deus lhe fez ver “o grande horror do pecado, o que me horrorizou tanto que a mais mínima mancha resultava para mim num tormento insuportável”.
A essa aversão ao pecado acrescentou-se logo um amor muito grande pela oração e pela penitência, juntamente com uma tendência enorme para ajudar os pobres. “Deus”, escreve a Santa, “deu-me um amor tão terno pelos pobres que eu teria desejado só ter contato com eles. Ele incutiu-me uma compaixão tão grande pelas suas misérias que, se estivesse em meu poder, abandonaria tudo por eles. Quando tinha dinheiro, dava-o aos pobres para os estimular a aproximarem-se de mim e então ensinava-lhes o Catecismo e a rezar.” Quando ainda era muito jovem, de 1652 a 1655 foi morar no castelo de sua
madrinha, Madame de Corcheval, e ali, num ambiente sereno e austero, começou a sua formação com duas senhoras que cuidavam dela: uma simpática e gentil e outra severa e impertinente, mas pela qual Margarida Maria sentia mais atração devido à sua conduta ilibada. Sua educação foi interrompida com a morte da madrinha e ela voltou à casa paterna, mas seu
pai também morreu em 1655 e ela foi mandada pela mãe como pensionista num convento de Clarissas, o que era muito frequente na época.
O ambiente silencioso dos claustros, as longas reflexões no recolhimento e as observações da modéstia e o espírito de oração das irmãs fizeram Margarida Maria sentir o chamamento para a vida religiosa. E foi ali, que, aos 9 anos
107 recebeu a primeira comunhão e, a partir de então, as graças na oração e o seu gosto pelo recolhimento aumentaram sensivelmente. Mas no pensionato das Clarissas, Margarida Maria adoeceu com uma doença grave e desconhecida e teve que voltar à casa da mãe onde, por quatro anos, permaneceu prostrada na cama, sem conseguir levantar-se. Em 1661, depois
de fazer uma promessa à Virgem Santíssima, de que se ficasse curada dedicaria sua vida a serviço de Deus, ela recuperou a saúde.
Mas circunstâncias inesperadas levaram-na a morar junto com sua mãe com um tio, Toussaint Delaroche, um homem avaro e de temperamento irritável. E, assim, durante anos teve que suportar uma situação dolorosa de uma quase escravidão e injustiças. Tantos sofrimentos foram interpretados como uma preparação para a vida de renúncia e expiação que ela depois abraçaria com entusiasmo.
“Santa Margarida Maria devia pregar a devoção da reparação o do desagravo ao Sagrado Coração de Jesus; precisava ser um modelo dessa atitude de alma. Os sofrimentos desta etapa da sua vida, aceitos com paciência exemplar, fortificaram-na para a vida de reparação que a Providência tinha escolhido para ela. Durante este período a Santa recebeu graças místicas extraordinárias. Além disso, já desde muito pequena, teve um trato muito familiar com Nosso
Senhor.”
Santa Margarida Maria sempre demonstrou seu amor à Cruz que é também condição indispensável de qualquer forma de santidade conforme as Escrituras: “Jesus disse então aos discípulos: se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome sua Cruz e siga-me.” (Mt. 16,24) Quando tinha 24 anos, Margarida Maria foi para Santa Maria que era o nome
do convento de Paray-le-Monial, onde entrou para a Ordem da Visitação, fundada, 60 anos antes, por São Francisco de Sales. Em 20 de Junho de 1671 ela foi aceita como noviça e, em 25 de Agosto do mesmo ano, vestiu o hábito e fez a profissão solene em 6 de Novembro de 1672. Ficava assim preparado o quadro para a mensagem do Sagrado Coração de Jesus. Em 1673, por ocasião da festividade de São João Evangelista, essa moça de 25 anos de idade, irmã Margarida Maria, que teve sua formação cultural e religiosa feita pelas monjas Clarissas, estava recolhida em oração diante do Santíssimo Sacramento quando teve o privilégio de vivenciar a primeira manifestação visível de Jesus, a qual repetir-se-ia nos próximos dois anos,
toda primeira sexta-feira do mês.

Em 1675, durante a oitava do Corpo de Deus, Jesus manifestou-se a Margarida Maria e, mostrando-lhe o peito aberto, apontou com o dedo o seu Coração e disse: "Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas
suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia. Entretanto, o que Me é mais sensível é que há corações consagrados que agem assim. Por isto te peço que a primeira sexta-feira após a oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para honrar Meu Coração, comungando neste dia, e O reparando pelos insultos que recebeu durante o tempo em que foi exposto sobre os altares”.

No último período de sua vida, Margarida Maria Alacoque, escolhida por Deus para ser a mensageira do Sagrado Coração, foi nomeada mestra das noviças e teve a consolação de ver que a devoção ao Sagrado Coração de Jesus se propagava. Ela, que nunca transpôs os muros do seu convento, morreu em 17 de Outubro de 1690, aos 43 anos de idade, em Paray-le-Monial, e foi canonizada em 1920, mas a data da sua festa foi antecipada por um dia para não coincidir com a de Santo Inácio de Antioquia.

A consagração ao mundo do Sagrado Coração de Jesus foi feita por Leão XIII e o papa Pio XII recomendou esta devoção que nos leva ao encontro do coração eucarístico de Jesus. O Papa Pio XII, depois de listar os Santos que a precederam na prática e devoção ao Coração de Jesus, disse a esse propósito: “Mas entre todos os promotores desta excelsa devoção, merece um lugar especial Santa Margarida Maria Alacoque que, com a ajuda do seu diretor espiritual, o Beato Cláudio de la Colombière (hoje santo) e com o seu zelo ardente, obteve, não sem a admiração dos fiéis, que este culto adquirisse um grande desenvolvimento e, revestido das características do amor e da reparação, se distinguisse das
demais formas da piedade cristã.”

As relíquias de Santa Margarida Maria de Alacoque encontram-se no convento de Paray-le-Monial, na França, e constam de um ossário onde estão vários fragmentos de ossos e uma parte do tecido cerebral que se preserva incorrupto
109 há mais de 300 anos. Há alguns anos teve início um constante pedido de peregrinação dessas relíquias o que levou as irmãs da congregação de Santa Margarida, em Paray-le-Monial, verem nisso a vontade de Deus e, assim, prepararam uma urna com os restos mortais da Santa. O beato João Paulo II, quando de uma visita durante seu papado, àquela congregação, em 5 de outubro de 1986, doou uma rosa de ouro, um sacramental, que é uma condecoração outorgada pelos papas desde o século XI, às personalidades católicas, nações, cidades e basílicas de altíssima distinção. Essa rosa repousa na parte de cima da urna

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